Micromanual do autodidata cibernético
Por Cícero Moraes (cogitas3d-bl, cogitas3d, cogitas)
Site: http://cogitas3d.site.vu
Email: cogitas3d@msn.com
Introdução
Desde criança tenho travado uma luta introspectiva entre o prazer a curto e o a longo prazo. Desde a tenra idade, meus instintos teimam em apetecerem-se por aquilo que é fácil e agradável. Lembro-me de quando estudava no período vespertino, e como a minha mãe sofria para acordar-me todas as manhãs. Eu odiava a escola, detestava aquele ambiente e principalmente, por que obrigavam-me a frequentá-lo. Durante muitos e muitos anos eu literalmente matei as aulas, mas conforme estes passavam eu me atentei a um conceito interessante. O de que fazer o que não gostamos as vezes é uma escolha sábia, por exemplo aprendi a ler e a escrever, dois dos principais pilares da estrutura do saber. Posso dizer que grande parte do que aprendi não me é nem será útil na vida, mas... como os adolescentes ficam até arrumar um companheiro digno de ser seu namorado, eu "ficava" dia-a-dia com um conhecimento diferente, até que escolhi minhas namoradinhas nesta agradável poligamia didática.
Apesar de não frequentar mais o ambiente escolar, ainda hoje deparo-me diariamente com situações e escolhas indesejáveis. Situações que eu preferiria nem ter de passar, mas trago na mente a certeza de que mesmo desagradáveis, são elas úteis e parte fundamental de um caminho perene. O Linux foi uma fato marcante em minha vida, isso por que passei raiva em 90% do tempo que mexi nele até hoje, mas ao invés de odiá-lo aprendi a amá-lo e muito descobri por via dele. Portanto quando pontuo "situação didática desagradável" quero dizer na verdade "oportunidade de aprendizado e paixão por o saber".
Neste artigo, vou dissertar a MINHA experiência na busca pelo saber, os mitos que derrubei, as concepções adquiridas e os fundamentalismos vencidos. Adianto porém que a busca pelo conhecimento tem a largada dentro do órgão mais específico a esta atividade... o teu precioso cérebro, guiado pela vontade, pelo desejo de aprender e aquecido pelo coração, na sublime certeza de se saber capaz de alcançar todos os teus anseios.
1.Conceitos iniciais
Todas as pessoas buscam um conhecimento específico, mesmo que ele pareça geral a primeira vista. O conhecimento é como uma impressão digital, cada um tem o seu e trilhará seu próprio caminho em busca dele. Por isso, não adianta esperares que um curso qualquer satisfaça os teus anseios didáticos, isso com certeza não acontecerá. É comum também que busquemos dos mais sábios as melhores dicas, mas na maioria das vezes recebemos destes uma indiferença dolorosa, que repercute até numa baixa produtividade intelectual. Mas antes de criticar temos de nos atentar para um fato, a aversão do ser humano à redundância, ou seja tudo demais é desagradável. Um bom exemplo disso são as piadas, uma vez que tu escutas uma, ouví-la novamente não o fará rir, e ouví-la várias vezes ao dia poderá até deixá-lo amuado. Um "sábio" que aqui pode ser um especialista em Linux, Blender ou afins, costuma agir com indiferença as perguntas e novidades decobertas por ti justamente por que elas são como piadas contadas mil vezes à ele. Quando se usa um fórum por exemplo, os novatos costumam fazer perguntas que a muito já foram respondidas, e acham que elas devem ser explanadas sob pena de crítica a comunidade. Esse é um problema comum que tem eficiente solução, só que demanda de médio prazo. Qual é ela? Qual a primeira coisa que tu deves saber para ingressar no mundo do autodidatismo? Bem, a primeira coisa que deves saber é que tem um monte de gente que está louca para te ajudar, mas se esperas entrar em contato com elas e receberes as respostas de mão beijada, podes tirar teu cavalinho da chuva. Um "sábio" não tem tempo para conversar contigo, não por conta de seres digno ou não, o problema está no tempo e nas prioridades dele. Em nosso tempo, uma ferramenta tem exercido notoriamente o papel de "ponte de chatos", é o Msn. Por que ponte de chatos?
O tempo, a redundância e a ponte de chatos
Suponha que tu sejas uma pessoa que mora num lugar remoto e que não tens acesso a internet, e dispõe apenas de uma pífia biblioteca para aprender o que deseja. Durante muito tempo tu buscas conhecer "sábios" que possam ajudar-te a desbravar o mundo do conhecimento, mas na tua remota instância a ocorrência destes é zero. Daí não te resta outra saída senão a da autoaprendizagem por "tentativas e erros." Tu corres para a biblioteca e vai lendo o que parece ter ligação com o campo escolhido. A princípio estás mais perdido do que cego em tiroteio, mas depois de um tempo, percebes algum progresso nos estudos. Mais um tempo e já tens um pouco de autoconfiança e depois de alguns anos estás preparado. Daí um belo dia chega um computador na biblioteca e tu entras até que enfim, no mundo da internet e expande incomensuravelmente tua sapiência. Decide então confeccionar um site sobre o "assunto" de teu agrado e dentro em pouco, passas a trabalhar com ele e ministrar cursos sobre o mesmo. Percebes no decorrer deste processo que algumas indagações no tocante ao "assunto" são repetidas várias vezes, tornam-se clássicas, tu então crias um documento com estas perguntas frequentes, um FAQ. Tudo vai bem, mas com o tempo vais te cansando de ensinar, de falar várias e várias vezes as mesma coisa. Decides criar documentos que tragam ao sedentos de conhecimento a base para sanar as dúvidas. Ótimo, criaste o FAQ e os tutoriais para que ao invés de te importunarem, tu possas gastar teu tempo em um conhecimento mais específico que ampliará o teu espectro de saber e possibilidades técnicas que desembocarão em novos documentos. Mas infelizmente, perceberás que as pessoas não tem o costume de ler, isso é um fato notório em nosso país. Sendo assim as pessoas teimarão em procurá-lo para fazer as mesmas e cansativas perguntas. Tu dizes a eles que já fizeste um documento explanando tal assunto, mas eles justificam dizendo que só querem uma "dicazinha". Os "chatos" de uma hora para a outra se vêem sedentarizados pelas palavras do "sábio", dependendo destas até para caminharem, isso não é nada bom para quem desejar aprender, pois como dito o conhecimento é um caminho que deve ser percorrido por cada um.
O Msn é a ponte para estes chatos. E se tu ficaste triste com esta definição, das duas uma, ou tu és um chato, ou já foste. A questão aqui não é menosprezar os chatos, por que... com certeza todos já fomos em alguns momentos da vida, e é muito provável que voltaremos a ser. O que quero é oferecer um caminho, o mais livre possível de chateação e desta forma otimizar a tua busca pelo "assunto".
Novos hábitos
Geralmente fazemos péssimas observações sobre as nossas capacidades. Como quando por exemplo, garantimos que não somos capazes de fazer algo, ou que determinada coisa não foi feita para ti. Isso é uma mentira, uma forma de cruzares os braços por uma boa desculpa. Não estou dizendo que devas abrir teu tempo para tudo o que aparecer em tua vida, mas que deves sim, "peitar" os desafios que surgirem na tua caminhada didática.
Eu mesmo a alguns anos tinha o hábito de ignorar o plural na construção de frases e mesmo lançar mão de muitas palavras de baixo calão em meus discursos. Mania? Sim, um hábito. Quando entrei num campo mais "profisisonal" detectei rapidamente a necessidade de abrir mão destes hábitos, e de um dia para outro busquei corrigir-me nas minhas construções discursivas. Hoje dialogo de forma "correta", mas por hábito, não forço nada em momento algum, este é o problema em alguns campos, as pessoas "fazem um papel" ao invés de "serem." Portanto, se queres ser algo, passes a agir como tal.
Um hábito saudável é o da leitura: mas podes ir tirando da cabeça aquela imagem de um intelectual sentado em uma poltrona a deliciar-se com um livro, munido de seus óculos de grossa espessura. Leitura aqui tem duas estradas objetivas, interesse e diversão. Os intelectuais costumam criticar os livros de leitura entretetiva como os do Paulo Coelho e etc, mas esquecem que nem todos são literatos ou amantes das letras, aliás tem gente que não está nem aí com isso e como se pode ver, vivem muito bem. Por que vivem bem? Por que não existe "o valor" e sim "um valor", assim como não existe "a verdade" e sim, "uma verdade." Os livros do Paulo Coelho ensinam muitas coisas e a pior das hipóteses te ensina a escrever melhor. O importante é ler no sentido de aprender o que desejas e alcançares os objetivos em questão. Hoje nós temos a internet, que é a maior biblioteca que o ser humano já deparou-se. Se a pessoa estiver munida de força de vontade e souber ler, ela com certeza encontrará o que deseja. Mas para isso deve-se correr atrás. As dúvidas que tu tens com certeza já pulularam na mente de outra pessoa, e ela postou-a num fórum ou criou um artigo sobre tal. Sem contar que existem milhares de publicações abertas sobre qualquer assunto que o homem se interessou em toda a evolução, para cocluir a internet é uma bolsa infindável de conteúdo intelectual e a melhor forma de captá-lo através da leirtura, já que o texto ao contrário do áudio e vídeo costuma se mais barato para confeccionar e mais rápido para ser carregado, taí o por que do hábito da leitura ser tão precioso.
Correr atrás e não se intimidar com as dificuldades: Este é outro bom hábito, geralmente nos queixamos muito se não encontramos o que procuramos, mas se queixar não resolverá o problema. Adquiras o hábito da resignação, aceites desde já que és um ser resignado e que a paciência anda a par com todos os teus sentimentos didáticos, dentro de pouco tempo serás um monge budista do saber. :)
Se não tens cão caças com gato: Dificuldade não são páreas para a adaptação. Se não tens cão caças com um gato! Vejas um exemplo, ao invés de procurar videotutoriais procures tutoriais escritos que são mais fáceis de encontrar. Se teu micro é muito antigo e não renderiza imagens pesadas, uses ele para modelagem e animação, na hora de renderizar mandes as imagens ao renderplanet.com. Se o teu micro é tão velho que não roda sequer o Win95 direito, instales um Linux em modo texto, tu poderás até navegar na net e receber e-mails nele, então se não tiveres uma ferramenta específica, alteres a forma de trabalhares.
Ter objetivos claros: Objetivo é um dos conceitos mais importantes na aprendizagem. Isso por que ele é a linha delimitadora da estrada rumo ao saber. Ele é a referência que temos para saber onde estamos indo e assim estarmos menos vulneráveis a ansiedade. Ter objetivos, é definir o que desejas dentro de um mar caótico. É uma meta bem delimitada que serve como referência e mesmo que ter percas por vezes neste mar infinito que são as opções, é o objetivo que te traz de volta ao "caminho da luz."
Gráfico do objetivo. O "muierada" da área de tolerância é só para descontrair. Não leves a sério e muito menos chamem-nas disso.
Aprendas inglês: Eu sei que parece patético eu dizer isso aqui. Mas o inglês além de ser a língua do mundo é fácil e não tem tantas excessões como no português. Além do mais a esmagadora maioria dos programas é feito nela, e os códigos destes também. Muito material específico está escrito em inglês e as páginas principais tem uma versão neste idioma.
O que buscar para aprender?
Eu estava com planos de confeccionar algo relacionado ao Blender, mas a inspiração teimava em não bater a minha porta. Depois de um bom tempo e infrutíferas tentativas, voltei-me para minh'alma e acabei buscando respostas na minha experiência de vida. Pontuei algumas características fundamentais em meus momentos de inspiração. Acabei por situar-me a alguns anos atrás, quando eu perambulava pelos fóruns e não entendia o que levava aquelas boas almas a modelarem e renderizarem tanto material para apreciação pública nas sessões de wip (work in progress - trabalho em progresso) e finalizados. Recordo-me que eu dispunha então de um forte propósito didático, estava louco para aprender mas não encontrava um projeto que me empolgasse e partisse de pressusposto para a realização deste plano.
Um belo dia, numa destas visitas esporádicas, deparei-me com a modelagem de uma Kombi dos anos 70; isso mesmo! Foi amor a primeira vista! Depois de muita análise dos wires (modelo tridimensional com visualização aramada), leitura e releituras do texto do tópico, decidi modelar a minha. Não preciso dizer que passou longe do esperado, mas além de introduzir-me no mundo do subdivision modeling e da radiosity, extraí deste espisódio uma importante lição:
Faças aquilo que gostas, por que o que te apetece também inspira-te.
Ou seja, as vezes tu te encontras no meio de tantas opções, que te vês impossibilitado de fazer o que os outros fazem, como modelar carros ou personagens. Isso obviamente, não significa que não és apto para executar tais tarefas. Vejas bem, se fores um engenheiro mecânico, um projeto 3d de uma bomba hidráulica pode ser muito mais excitante e recompensador do que o de uma nave espacial. Se fores um gaúcho daqueles assíduos no CTG, uma cúia de chimarrão é mais bonita do que o Arco do Triunfo. As respostas à tua inspiração podem estar ao alcance do teu mais breve pensamento, seja no que trabalhas, nas recordações da tenra idade ou afins.
Generalizado X Específico
Tu provavelmente já te deparaste com uma situação onde pediste algo a alguém ou mesmo comentaste um assunto e recebeste em troca total indiferença ou resposta arrogante. Com certeza, tu também já desempenhaste este papel com teu sobrinho ou amigo mais chegado, quando este lhe perguntou por exemplo o que faz o computador. Por que isso aconteceu? Bem, "eu" costumo atribuir estas situações ao problema do "generalizado x específico". Eles são dois irmãos que se amam e necessitam-se, mas também costumam protagonizar algumas situações desagradáveis como as descritas a pouco.
Vamos imaginar o seguinte. Quando tu aprendes informática, precisas partir de conceitos básicos e ir ascendendo no conhecimento até operar o micromputador com comandos, através de janelas, botões etc. A maioria das pessoas que usam um micro, ao lançar mão de um recurso básico, fazem-no de modo padrão, assim podem-se auxiliar e trocar informações sem maiores problemas. Ou seja, um curso básico de informática, forma o usuário com conhecimento generalizado para trabalhar num micro.
Penses se num curso de informática básica ou de operador fossem discutir sobre arquiteturas de processadores, sobre drivers de hardwares, sobre todas as opções de programas que o mercado oferece e estudá-los? Impossível!
Agora, imagines que tu terminaste este curso de informática básica e escolheste profissionalizar-te em computação gráfica. Bem, tu iniciarias outro curso, aprendeiras muito mais do que já sabias e principiarias a voltar tua mente à área de desenho ou modelagem 3D. Em poucos meses tu estarias familiarizado com dezenas de termos novos e, digamos, procurarias um amigo da antiga escola de informática para discutir teus avanços.
Tu falarias sobre o lindo desenho que fizeste e mostrarias uma folha com ele impresso ao teu amigo, este diria:
- Bonitinho o teu desenho!
Tu pensarias então: "bonitinho! Eu usei os comando mais loucos, as técnicas mais sinistras, passei horas e horas desenhando e tive de aprender sozinho as ferramentas tal e tal e ele diz que está bonitinho!" Depois da efêmera apreciação, teu amigo o chama ao computador dele e te diz:
- Venhas ver o que EU fiz! (Acompanhado daquele ar típico dos espíritos superiores, uma sombrancelha alta em atitude modesta e a outra baixa, revelando maldade e malícia).
- Como te disse, estou fazendo um curso de programação, iniciei um programinha e gostaria que o visse.
Ele dirige-se ao micro, abre o programa, e tu, amuadíssimo com o ocorrido a pouco pega o mouse, deslizas sobre um botão qualquer da interface, clicas e... nada acontece. Então perguntas:
- Ué, não faz nada!
Desta vez, é o teu amigo que enerva-se: "Não acredito! Tive de me matar estudando as bibliotecas desta interface, as técnicas de compilação e ainda por cima desenhei tudo por texto, fiquei dias e dias procurando a melhor forma de posicionar os botões, ganhei a nota mais alta da sala e este trolha está preocupado com detalhes bainais, vai ele fazer um!!!"
O que aconteceu acima, foi um choque de conhecimentos específicos. Isso por que o "programador" está acostumado a ver desenhos prontos, e julga que fazê-los não seja um processo tão complicado, não mais complicado do que por exemplo, programar. Ao passo que o "designer" nunca interessou-se por programação, e desconhece por completo os processos de montagem de um software.
Uma pessoa, quando entra em contato com um conhecimento específico, tende a dirigir-se a um nicho, uma comunidade de iguais. Assim, discute apenas o que lhe interessa, nos fóruns e chats desta. Dentro de algum tempo ele estará "afiado" e pouco a pouco vai se aprofundando naquele assunto. De modo que, se um ''leigo" te pergunta:
- O que este programa faz?
E tu fosses explicá-lo despejando todo o teu conhecimento, haveria grandes chances do ouvinte se cansar e principiar a bocejar. Depois de fazeres isso com umas dez pessoas diferentes, tu percebes que não adianta explicar, e quando te perguntam novamente, tu calejado pela experiência dizes:
- Bem, é complicado explicar, faz um monte de coisa... e, não estou com saco de responder!
Daí chegamos a seguinte conclusão:
Este é, digamos, o mal do conhecimento específico, a aversão inicial ao que foge de seu espectro, e pior ainda, a indiferença dos seus detentores àqueles que não o possuem. Quando tu fores agraciado com o conhecimento específico, não esqueças de ser condescendente com os que estão iniciando a caminhada, regalando a estes respostas mais práticas a suas dúvidas, de modo a não ser arrogante e tampouco detalhista ao extremo. Lembres-te sempre que:
Perguntas generalizadas pedem respostas generalizadas.
Logo, perguntas específicas pedem respostas específicas. Se alguém te pede por exemplo o que é o Blender, tu respondes:
- É um programa para modelagem e animação 3d, que tem módulos de programação de jogos, edição de vídeo e é grátis.
Certo, tu podes ter pensado: "Ele não falou em opensource." Vejas bem, eu não esqueci. Só evitei pontuar esta característica por que a pessoa com certeza desconhece o que seja exte conceito. Como tu achas que o Silvio Santos alcansou tanto sucesso? Que as novelas da Globo são tão assistidas? Que a música pop é tão ouvida? Simples, todos são produtos de cunho genérico. Apesar de conterem inúmeras falhas e pouca filosofia, são entendidos por um grande número de pessoas. E não adianta criticares este fato, por que há uma grande chance de as coisas serem assim para... bem, para sempre. E como reza o velho ditado:
Se não podes vencê-los, juntes-te a eles.
Entenda-se "juntes-te a eles" por "desenvolvas algo para ser usado e apreciado por eles."
2. Conhecimento: A degustação diária.
A pressa é inimiguíssima da perfeição
Tranquiliade, esta é a postura que devemos ter diante do "assunto". A pressa é inimiga da perfeição não pelo contexto de rapidez, mas sim pelo de "cobrança de resultados" sem a exposição necessária para a captação didática. O que quero dizer com isso? Mais uma estorinha...
Em um dia de navegação na internet, tu te deparas com uma matéria sobre cartoons. Teus olhos comem as letras e enebriam-se com os desenhos que surgem na tela. Imediatamente tu ficas inspirado e principias a rascunhar uns personagens. Entras em sites específicos de cartoon e delicia-se ao apreciar o traço dos mestres. Diriges-te à banca de revistas e torra teus troquinhos suados em algumas, inclusive as do estilo "como desenhar em duas semanas." Chega em casa queimando de inspiração e a tarde inteira o teus dedos ficam correndo sobre as folhas de sulfite a delimitar formas heróicas, sem filosofia concreta mas com muitos músculos. No final do dia tu aprecias a obra e conclui que não ficou tão ruim, levando em consideração a imaturidade dos teus traços. Vai mostra para a mãe e ela diz que está o máximo (esta parte não estava no script, mas não resisti).
Tudo corre bem durante alguns dias, mas depois deste curto período a tua inspiração perde força e tu desistes de ser um novo Stan Lee.
Por que isso acontece? Bem, por vários motivos, como a brevidade da inspiração, pela falta de uma boa base filosófica na profissão... mas, o que eu quero pontuar aqui é o que chamo de "atividade estafante virtualmente agradável." O que vem a ser isso? Simples, nós temos um limite para suportar o trabalho. É só olhar para o panoramas das civilizações que já norteam a Terra e perceber que quase todas tem ou tiveram um dia de feriado. Um dia para se guardar, o Domingo deles. Outro exemplo que posso citar é o daqueles "atletas" que a meses que não disputam uma partida de futebol, e de uma hora para outra decidem se aventurar numa pelada. É certo que a performance atlética deles não ultrapassará alguns minutos, e os mais corajosos que quebram esta barreira tem o outro dia para apreciarem suas agudas dores musculares. A "atividade estafante virtualmente agradadável" é como um gráfico, em que inicia-se quando nos deparamos com um "assunto", neste momento nos inspiramos e desejamos saber mais sobre ele e já de cara, colocar a mão na massa, neste momento, o gráfico abandona o ponto zero e sobe rapidamente, culminando no apogeu quando estamos nos divertindo com as atividades de treinamento (assim como o personagem que ficou a tarde inteira desenhando), depois de algum tempo a inspiração perde a força, e o gráfico tem uma rápida queda até voltar a estaca zero. O motivo principal disso é a falta de disposição decorrente da excessiva exposição ao "assunto" imposta pelo treinamento. Quando estamos no tranze ativo do treinamento, nós dispensamos o Domingo, ou seja, o descanso o tempo necessário para ficarmos relaxados. Isso parece sem muita lógica, mas se tu parares de praticar uma atividade de que seja um tanto cansativa, tua memória teima em te lembrar dos momentos desagradáveis impostos por ela, de modo que a falta de vontade de voltar a fazê-la será muito maior do que a de fazer. Em outras palavras, tenhas calma, dês tempo ao tempo quando fores praticar algo.
Costumo dizer que nós comemos o conhecimento, mas comemos com os olhos e os ouvidos, e o papel do estômago neste caso é exercido pelo céreobro que capta e processa o que vem de fora. Mas ele é um tanto enjoado e não gosta de muita coisa ao mesmo tempo. Uma vez eu lí que captamos 10% do que lemos; eu acho que é muito, se captamos 2% já é uma marca histórica. Para captarmos este 10% não basta ler uma vez e sim várias. Se desejas entender um "assunto" tu deves se expor a ele, mas em dozes homeopáticas, pequenas e diárias.
Portanto vou pontuar aqui como eu procedo para alcançar meus objetivos didáticos. A primeira coisa que faço após interessar-me por algo, é obter um material introdutório do assunto (vejas lá o que estás pensando!), algo pequeno, sem nada de específico (neste altura do campeonato ele é perigosíssimo), um texto pequeno que pontue os aspectos principais do contexto. Passo dias lendo aqui e acolá materiais ligeiramente semelhantes. Leio várias vezes o mesmo, pois sempre esqueço-me dos detalhes. Os dias passam e paralelo a este semi-aprendizado, procuro desempenhar outras tarefas que não tenham muito a ver com o "assunto" do momento. Assim, dia a dia vou lendo sobre ele e depois de pouco tempo posso sentir o progresso da "captação". Como? Simples. Suponha que tu estás estudando sobre composição de cenários. Tu estudaste por alto, mas diariamente. Num belo dia, quando não tens nada para fazer, decides assistir um pouco. Na televisao está passando um filme antigo, que tu já viste umas tantas vezes. Em uma cena tu percebes os elemento no segundo plano, e percebes que foram muito bem compostos. Dentre eles tu vês claramente uma cadeira estilo Luís XV, e apetece-te saber o que ela é. Derepente lá estás tu vislumbrando o filme de forma agradável, mas de outro ponto de vista. De modo geral, tu não estás nem aí para a história, mas sim pela cena. Pelo segundo plano, pelos móveis que tu heroicamente conhece e podes gradativamente pontuá-los.
Lentamente tu vais amplianto a gama de estilos conhecidos e vais pontuando cada vez mais móveis em uma cena, em filmes, fotos, quadros e afins. Cada vez mais, o teu conhecimento fica específico, isso nota-se claramente pela diferença de intenção ao assistires um file, pois a pessoa do teu lado geralmente está interessada na estória e tu por outro, nos detalhes cenográficos.
Pois bem, depois de tu leres bastante um material generalizado, principiarás a familiarizar-se com termos específicos e a entender como as coisas funcionam de modo mais fundamental. Estar familiarizado com termos é importantíssimo, pois eles cristalizam em poucos palavras uma quantidade densa de significado. Cada termo que aprender vale por dezenas, centenas, milhares de palavras.
Neste ponto, tu principias a distanciar-te do conhecimento genérico e entras numa realidade mais técnica (específica). É hora de procurar o nicho de iguais, de pessoas que de uma forma ou outra estão interessadas no mesmo assunto. Nada melhor do que uma comunidade, lá tu encontrarás fóruns e poderás dialogar sobre o "assunto" sem tanto receio de não ser compreendido.
Com o auxílio da comunidade, tu terás um porto seguro para lançares pequenos projetos. Quando eu digo pequenos, entenda-se ínfimos, simples e por que não retrógrados, afinal tu és um iniciante. Aproveites este tempo e procures ler o material do fórum, lá tu encontrarás um oásis de informação. Contemplarás a tua história anteriormente vivida por outros e poderás tirar bom proveito disso. Como diria o ditado chinês:
O sábio aprende com o erro dos outro
O tolo com próprio erro
e o idiota não aprende nunca
Muitas dificuldade irão surgir, mas para vencê-las basta repirares o ar da comunidade. Leres os tutoriais, participares de chats, analizar projetos alheios. Derepente compreenderás o que parecia impossível de captares.
Se também achares uma ferramenta muito complicada, basta seguir o "tratamento" e permaneceres calmo. Diariamente "brinques" com a ferramenta em questão, principiando com objetivos simples. Quando venceres um degrau, pules para o outro, calmamente. Dentro de pouco tempo tu estarás familiarizado com o objeto de estudo.
Existirá situações em que tu "apanharás" das matérias. Lembro-me que isso ocorreu comigo quando eu estava aprendendo configrar o Lilo (carregador do Linux). Para os iniciantes deste sistema operacional o Lilo parece mortal. Eu mesmo perdi várias instalações por não saber manuseá-lo. Tanto me encomodei com a situação que opetei por configurações pré-definidas. Demorou um bom tempo para eu voltar a mexer neste programa, mas quando o fiz, "o ar" da comunidade Linux esta a toda no meu pulmão, de modo que já havia acumulado conhecimento suficiente para configurar o programa manualmente, o que permitia-me ter mais controle do meu ambiente de trabalho. Chamo a este técnica de "estudo com modelo pronto". Ela consiste no seguinte. Tu estudas um "assunto" baseada em algo já pronto, uma página da internet por exemplo, um script, um sistema operacional com seus arquivos de configuração. Tu lanças mão de algo já configurado e vai fazendo as modificações de modo a perceber as mudanças sem colocar em xeque todo o sitema. Depois de um bom treinamento, tu terás carga suficiente para partir do zero nos novos sistemas que trabalhares/criares.
O problema do tempo
Depois que tu adquires um conhecimento satisfatório em tua ferramenta de trabalho, uma sensação de onipotência é comum em teus dias. Mas fiques esperto, geralmente ela vem acompanhada de um forte desejo de engajamento em projetos magalomaníacos, como a confecção de um superportal de internet, um curtametragem, um programa revolucionário e afins. Esta inspiração é perigosa no sentido de agir como uma força coercitiva nos projetos futuros. O que tu deves saber é que a realização de um projeto demanda de tempo e planejamento, e se não tem planejamento com certeza este fator será recompensado pela adaptação, como no caso de algo pequeno que pouco a pouco cresce. As minhas dicas neste sentido são as seguintes:
Organizes-te de modo mais prático possível para não teres problemas futuros com o teu trabalho. Geralmente não ligamos para a organização no ambiente de trabalho, e só nos damos conta do erro depois de muito tempo, quando necessitamos de algo antigo ou de uma época determinada e não temos condições de encontrar.
Compres um caderno e nomeies ele como a teu pequeno manual. Coloques nela todas as tuas observações sobre problemas surgidos no decorrer de tua aprendizagem, assim se acontecer de novo tu já tens como te virar. É comum acharmos que dominamos o problema e desdenhar a possibilidade de que, se ele acontecer novamente nós não saibamos como resolvê-lo.
Utilizes o mínimo de ferramentas possíveis. Procures lançar mão de componentes que te dêem liberdade de trabalho e não te atrelem a uma tecnologia que possa trazer problemas futuros. Por exemplo, se fores estudar Flash, tomes o cuidade de aprender o máximo sobre técnicas de animação clássica, já que o Flash é proprietário e nunca se sabe o que passa na cabeça dos seus desenvolvedores, sabendo algo "a mais" tu já estarás preparado para um campo que excede o deste programa, ou poderás até utilizar outros com este fim. Outra dica que dou aos estudantes de 3DS Max por exemplo, é que se preocupem com a filosofia da modelage 3d e não as ferramentas específicas do programa, assim se tiveres de mudar um dia de software, estarás preparado para uma migração menos dolorosa.
Tomes cuidado com projetos que podem esticar-se por longos períodos, eles costumam dar muita dor de cabeça e se não forem bem remunerados trazem momento de estrema desgradabilidade... do tipo: -Como eu entrei nessa!
Estuda menino!
Um fator interessante em todo este processo, é que tu perceberás que utilizará em média apenas 20% do que aprendeste. Parece pouco, mas é a realidade e tem muita lógica. Vejas o exemplo do genérico x específico, as pessoas que não detêm um conhecimento específico tendem a padronizar seus anseios frente aos "assuntos". Por exemplo, um engenheiro na maior parte das suas atividades profissionais, reduz-se a um desenhista de plantas arquitetônicas residenciais. Podes ver, as pessoas costumam dizer: - Bem, estou pensando em construir uma casa, vou procurar um engenheiro para fazer "a planta". Estas pessoas, desconhecem a profundidade da preparação do profissional e utilizam apenas uma ínfima porcentagem do seu conhecimento. Outro caso, é o dos profissionais de informática, que são contratados na maioria das vezes para "formatar a máquina" e reinstalar o sistema operacional. Um profissional, sabe muito, mas muito mais do que a média necessita. Tu se desejas incutir no público os teus trabalhos mais complexos, terás de fazer uma boa campanha sobre eles. Uma espécie de propaganda sobre o serviço. Mas, não esperes que os clientes entendam em um primeiro momento, pois novidades assim, costumam ainda que discretamente, causar um certo reboliço no cérebro deles. Parece piada, mas não é, tu tens de "preparar o cliente" para as novidades e serviços. Se descobres algo novo, deves criar uma espécie de "historinha" para esplicar a ele como funciona a tecnologia nova. E podes esquecer de lançar mão de termos técnicos, faças tudo de um modo bem genérico, os 20% tratados acima. Não adianta detalhar o processo, pois tuas palavras entraram por um ouvido do teu interlocutor e sairão pelo outro.
Testes, testes e mais testes
Não adianta tu fazeres teus testes apenas no seio de amigos, família ou no teu computador. Para que teu trabalho se torne melhor e eficiente, há a necessidade de colocares ele a prova, testá-lo fora de teu ambiente superprotegido. Por exemplo, se tu desejas trabalhar com Linux, não adianta fazê-lo funcionar apenas em tua máquina, deves instalá-lo em outras. Fazendo isso tu terás a oportunidade de absorver mais conhecimento, estarás preparado para mais situações e estarás ciente da necessidade dos outros usuários; como dizem, a voz do povo é a voz de Deus. Mas vás com calma nos testes com alheios, pois como eles desconhecem a plataforma, ficarão demasiadamente dependentes de teu conhecimento. Se tiveres muitos "dependentes" o teu tempo se resumirá a atender os problemas dos outros, e o importante aqui é desenvolveres conhecimento de campo e não frustrações interpessoais. Se tu desejas trabalhar com computação gráfica, por exemplo modelagem arquitetônica, aconselho-te a procurar um profisisonal e oferecer teus serviços em troca de experiência. Desta forma tu estarás exposto ao mercado que compete os teus serviço e ficarás pouco a pouco sensível as necessidades dele. Não adianta ficar obsecado pelo dinheiro, isso por que as pessoas sempre pagarão menos do que tu desejas. Penses em te tornares bom no que desejas, e mais do que bom "conhecido", apenas desta forma as pessoas te procurarão já pensando nos montantes pecuniários. Impotante também é teu serviço ser útil a eles, e para saberes o que é útil precisas "peitar" o mercado de trabalho e conviver neste meio. Estudes com o teu cliente o projeto em questão, procures ouvir o que ele tem a dizer. Minha experiência mostrou que uma reunião enriquece notoriamente o resultado final de um trabalho. Não penses que tu sabes tudo, por que como citei anteriormente não existe "a verdade", estejas aberto as palavras de outrem. Dispenses um bom tempo nos pormenores do projeto, discutas as formas de melhorá-lo e verás que cada vez ele ficará mais bonito e aceito por um número maior de pessoas. Esta é mentalidade generalizada que precisas para ser aceito no mercado.
As delícias do desenvolvimento por lapidação
Anteriormente eu citei o "objetivo" como ums dos principais fatores da aprendizagem. Sim, ele é e potencializa-se quando não o abandonamos no desenvolvimento de um projeto. Penses no seguinte, geralmente quando estamos um tanto indecisos, principiamos uma idéia e quando vemos uma ligeira melhora, abandonamo-la em prol de outra novidade. O problema é que isso acontece muitas vezes, a ponto de desestimular-nos. O ideal seria nomear um "pressuposto" e apartir dele desenvolveres teu projeto. Não te esquentes se a princípio as coisas não ficarem boas, é comum que isso aconteça, continues desenvolvendo e trocando os detalhes, mudando as cores, as formas, conceitos e tudo lentamente há de encaixar-se.
Chamo a isso de desenvolvimento por lapidação. Partir de uma idéia e alterá-la gradativamente até atingir um estado ideal. Quem trabalha com computação gráfica já se deparou com a situação de, atendendo ao pedido do cliente desenvolver "três exemplos". Garanto que quase sempre isso é um erro. Ao invés de trazer certeza a ele, traz indecisão. Isso estende o tempo de desenvolvimento e acarreta muita furstraçao à tua pessoa. O bom mesmo é partir de uma idéia e ir "lapidando-a" até apresentar-se satifatória aos olhos do cliente.
Bendita seja a limitação
Posso dizer que o que conheço profissionalmente é produto de limitações que sofri com as minhas ferramentas de trabalho. Lembro-me que nos primórdios de minha experiência com a computação gráfica tridimensional eu vivia reclamando da capacidade dos micros daquela época. Cada vez que chegavam novas máquinas, as tecnologias "pesadas" tornavam-se obsoletas, de modo que eu sempre estava atrás na corrida tecnológica, reclamando insatisfeito com os resultados. Hoje percebo que estava errado, isso por que o que manda em um bom trabalho é antes de tudo a criatividade. Todos temo-na, e os que dizem não a possuir enganam-se. As limitações de ferramentas nos dão uma oportunidade única de deixar a criatividade aflorar, até por que reduz o infinito a um pequeno número, ao qual detemos mais controle, menos possibilidades de escolha e a oportunidade de fazer o nosso "infinito" através das possibilidades de cruzamento. O que quero dizer com isso? Vou citar alguns pseudo-casos.
1. A algum tempo comprei um micro antigo, um AMD 85 Mhz e instalei o Linux nele. Graças a este "velhinho" aprendi a trabalhar no modo texto deste sistema operacional. Percebi que o Linux é um grande "modo-texto" com uma pequena parte "gráfica". Descobri que através de cruzamento de comando pequenos poderia fazer grandes coisas que facilitariam a minha vida, que poderia fazer 80% do que fazia em qualquer sistema operacional como entrar na internet, mandar e-mails, criar sites, fazer desenhos arquitetônicos, editar imagens, visualizar imagens etc. todos na telinha preta de um terminal. Assim vislumbrei a genialidade de quem desenvolveu as ferramentas, e acabei reduzindo em 90% o tamanho do meu sistema! Minha concepção de informática alterou-se completamente e de modo produtivo. Além do mais, fiquei atento a detalhes que antes ignorava, passei a ler mais a documentação dos programas, a atentar-me para a história da iformática, e como havia reduzido o número de softwares me sobrava mais tempo para estudar os detalhes, para fazer as coisas que gostava. Reduzir as possibilidades ajuda muito a poupar tempo. Não depender de tantas ferramentas aumenta também a tua independência e reduz (como já citado) os traumas de uma provavel migração de tecnologia, isso por que os programas que escolhi tem um forte caráter genérico.
2. Uma vez fui passar a semana na casa de uma tia de minha namorada. Não havia muito para fazer... não havia nenhum micro lá! :0) Mas a tia dela contava com uma boa biblioteca. Fucei nela até encontrar alguns livros que me interessavam, dentre eles um curso de pintura. Lí bastante, e aprendi sobre algumas técnicas, mas como não contava com pincéis, tintas e etc, acabei munindo-me de uma caneta esferográfica e alguns papéis esporádicos, dentre eles toalhas de papel. Estudei bastante as técnicas de desenho e iluminação do livro, mas tive de adaptá-las a caneta esferográfica. Mais uma vez me antentei a filosofia em quentão e não as ferramentas específicas, de modo que tive significativos avanços naquela semana. Esta experiência dentre outras, possibilitou-me lançar mão de ferramentas "limitadas" e "não-específicas" para desenvolver trabalhos em computação gráfica. O impressionante desta história é que acabei gostando deste tipo de desafios e hoje muito me apetece desenvolver meus projetos visando estas ferramentas. Parece que além de aparência tem um "significado" implícito que enaltece seu valor. Sem contar que consigo me divertir com pouco, e como diria Henry David Thoreau:
"O homem mais rico é aquele cujo os prazeres são os mais baratos"
Ou seja, pegues o teu sucatão e principies a brincar com ele. Desenhes um homem com caracteres. Faças uma animação com objetos básicos, programes um Hello World em Tcl, enfim são tantas a adorávies opções! Lembres-te, por um objeto ser obsoleto ou barato, não significa que não é inteligente ou útil. Se te disserem que for, proves com tuas divertidas brincadeiras eles não sabem de nada!
Críticas são mais importantes que elogios
Ser elogiado por um bom desempenho pode proporcionar-te uma agradável sensação, mão não esperes que todos façam isso, e muito menos o mercado de trabalho. Se tu tens planos artísticos, esta regra não é válida, pois trata-se da "tua" obra. Porém, se desejas desenvolveres algo para agradar ou servir outrém, fiques atento mais nas críticas do que nos elogios.
A princípio isso pode ser bastante desagradável e até parecer que estão menosprezando o teu laboro, mas não é por aí. Depois que tu te resignas a ouvires as críticas alheias, a tua obra há de ter mais qualidade e tu mais segurança. Tanto melhorarás que quando leres as críticas aos teus trabalhos mais antigos, acharás que teus estivadores foram até acondescendentes ao extremo contigo.
Conclusão
Como ficou claro na explanação, o saber não pertence aos gênios, aos ricos, aos bonitos ou a qualquer outra designação que remeta à idéia de perfeição nos dias atuais. O saber é um diamante, que lapidamos a cada dia, por todos os dias de nossa vida. As vezes deixamos ele de lado, mas cedo ou tarde tomâmo-lo novamente e retornamos a nossa incessante atividade. Foi assim com a fala, foi assim com a memória, ao guardamos na mente e proferirmos o nome de milhares de coisas que nos rodeiam.
Não te esqueças que tu és o responsável pelo teu sucesso. És o responsável pelo caminho que escolherá para conquistá-lo. Permitir que fatores externos tomem o papel de protagonistas nas tuas derrotas é antes de tudo cooperar com "a" mentira! Tomes as rédeas da situação, acredites que és capaz... cortes de teu vocalulário palavras como "tentar", "se", frases como "não sou capaz", "isso é coisa para louco".
O melhor momento para mudares é agora, pois nossa vida de resume a isso "agora". O ontem passou e o amanhã não chegou. Aceites que neste momento és uma pessoa mais capaz e logo, mais feliz e que tratará a tua "lapidação" diária, com carinho e calma para que a posteridade possa vislumbrar e dizer:
- Está aí a obra de um grande ser humano!
Agradecimentos
Luiz Carlos Martins - Que ensinou-me além da auto hipnose, muitas lições de instrospecção criativa, relaxante e edificante. http://www.auto-hipnose.kit.net/
Marshall Sylver - Paixão, Lucro e Poder... julguei este título tão fútil preliminarmente. Quisera eu tê-lo lido anos antes...
Micromanual do autodidata cibernético
Postado por
Thiago Pereira
às
5/29/2008 03:18:00 PM
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