Novo Dicionário do Arquiteto Contemporâneo

Enviado por: "Octavio Queiroz" octavioqueiroz@ gmail.com octavioqueiroz
Sex, 1 de Dez de 2006 3:56 pm
continuando...


Novo Dicionário do Arquiteto Contemporâneo

Canetinha:
O arquiteto canetinha é aquele que faz uso de suas credenciais
profissionais para assinar e responsabilizar-se por projetos alheios
que muitas vezes não conhece e/ou não participou. O objetivo do
arquiteto canetinha é monetário e não atribuir qualidade aos projetos
que assina, já que o faz sem interferir nos mesmos.

Carimbador Maluco:
O arquiteto carimbador maluco é aquele que reproduz incansavelmente o
mesmo tipo de projeto, com poucas alterações, em geral de caráter
superficial. O carimbador maluco não tem problemas em carimbar o mesmo
projeto para diferentes tipos de terrenos, orientação solar e
legislação local... O carimbador é muito apreciado pelas construtoras
inescrupulosas que procuram projetos rápidos a baixíssimo custo.

Legalizer:
O arquiteto legalizer move-se nas brechas da legislação... Procura
legalizar obras em caráter irregular... mas não necessariamente
através de soluções arquitetônicas adequadas a legislação. Seus
métodos são paralelos. Algumas vezes associa-se a fiscais menos
corretos num esquema conhecido como : um bate e o outro assopra.

Poltergeist:
O arquiteto poltergeist possui placa na obra, nome em todo o
projeto... mas além destas presenças ele é um espectro : não aparece
na obra, não atende telefonemas e quando o faz é sempre de modo
apressado. Faz aparições súbitas quando aproxima-se a data de
pagamento.

Flanelinha:
O arquiteto flanelinha é um oportunista. Tenta propor serviços para um
possível cliente que não deseja e não precisa de seus serviços. Este
arquiteto aparece sempre nas situações mais improváveis e parece
esconder-se aguardando a aproximação das vítimas.

SumoPontífice
O arquiteto sumo pontífice acredita ser um iluminado acima de tudo e
todos... considera-se um génio artístico e senhor dos grandes gestos
arquitetônicos. Este espécime considera normal realizar grandes obras
públicas sem concurso e explorar até o osso seus jovens e inocentes
colaboradores. Considera normal colocar nos créditos dos projetos
apenas o seu nome, como se fosse o único responsável pela infinidade
de tarefas necessárias a um projeto. O sumopontífice não gosta de
falar de outros arquitetos, a não ser que já estejam mortos, e possui
um inesgotável prazer em narrar seus grandes feitos e conquistas.
Normalmente delicia-se a fazer papel de Deus, riscando com grandes
gestos áreas urbanas e plantas , representando pessoas como pontos
sobre o papel.

Precioso:
Como o Gollen de o "O Senhor dos Anéis" o arquiteto preciso possui
como único objetivo na vida enriquecer. Cego pelo brilho do ouro ele
faz qualquer coisa... todo e qualquer tipo de projeto e concessões.
Não há limites para o arquiteto precioso... Costuma frequentar festas
e colunas sociais, sempre a procura de novas oportunidades para
aproximar-se do vil metal.

Canudinho:
O arquiteto canudinho é jovem e recém formado. Sai da faculdade
orgulhoso com o canudo embaixo do braço e imediatamente toma as
seguintes medidas:

1.inscreve-se no CREA, mesmo sem ter qualquer projeto.
2.coloca o diploma numa bela moldura.
3.começa a assinar o nome em tudo quanto é lugar como por exemplo: Zé
da Silva, Arquiteto e Urbanista – CREA xxxx
4.Compra compulsivamente revistas e livros de grandes arquitetos.

Mini-Mínimo:
O arquiteto mini mínimo, talvez por absoluta falta de idéias ou mesmo
preguiça, abraça o chamado movimento minimalista mesmo que seja para
projetar uma "boate". O mini mínimo pinta tudo de branco (quando
pinta), e seus desenhos executivos mais parecem desenhos de
ante-projeto. Este espécime é obcecado pela higiene e organização. Se
pudesse não deixaria as pessoas habitarem suas criações... afinal as
pessoas sujam e desorganizam tudo.


FomeZero:
O arquiteto Precioso e o arquiteto FomeZero são as duas faces da mesma
moeda. Os dois são obcecados pelo metal que reluz, mas enquanto o
primeiro move-se entre a alta sociedade fazendo qualquer coisa, o
FomeZero move-se em qualquer lugar fazendo também qualquer coisa, sob
a alegação de que precisa alimentar "as crianças lá de casa" e de que
se não fizer "ou qualquer o fará".
Místico:
O arquiteto místico é uma mistura de psicólogo, cartomante,
quiroprático, adivinho e confessor do cliente/a. Adepto entusiasmado
do Feng Shui, da cromoterapia, pirâmides energéticas e energias
cósmicas, acredita que "dar um tapa na pantera" é uma importante
ferramenta projetual. Muitas vezes o "barato" do místico, sai caro ao
cliente.

CasaClaudia:
O arquiteto CasaClaudia tem esta publicação e outras similares como
revista de cabeceira. Utiliza-se de palavras como "tendência",
"beauttifulll", "ma-ra-vi-lho-so" e "o Mááximo" com tanta frequência
que o conteúdo do que diz pouco importa... Acredita que decoração e
arquitetura são a mesma coisa, mesmo que nunca tenha construído uma
parede sequer. Gosta de anunciar-se como "arrrrquiteto" fulano de tal.
Veste-se de preto báásico com sapatos sem meia.

Projac:
A semelhança dos estúdios globeleza
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Projac) o arquiteto projac preocupa-se
apenas com a fachada dos projetos. É um arquiteto de cenários ou
fachadas.

FogoFátuo:
O arquiteto fogofátuo faz muito barulho por nada. Em geral impressiona
os clientes com uma aparência impecável e apresentações virtuais
cheias de efeitos e animações. Tudo o que puder impressionar o cliente
o arquiteto fogofátuo tentará utilizar... Tem fobia de obras e tudo o
que diga respeito ao problemas do mundo "real".

WoodStock:
O arquiteto woodstock ainda acredita que a revolução não aconteceu,
leu o "Capital" inteiro, e tem a esperança de que toda a humanidade
irá um dia dar-se as mãos e morar em casas de adobe, numa celebração
de energia telúrica desapegada as mesquinharias do dia-a-dia...
Woodstock fica tão amigo dos clientes que não poucas vezes esquece-se
(ou fica sem graça) de cobrar pelos serviços prestados... As crenças
sociais do arquiteto woodstock muitas vezes assemelham-se as do místico.

sds/oq.